O Incrível Givanildo
04/09/2012
Estávamos em Agosto de 2008. Quaresma estava de saída. Pinto
da Costa prometera “uma surpresa” para a sucessão do “Mustang”.
Quando todos esperavam um jogador “de nome”, com elevado
calibre e experiência europeia, O Jogo noticia que a surpresa será na verdade
um jogador sul-americano, desconhecido para o comum mortal português.
No dia seguinte, 25 de Agosto de 2008, esta é a capa de O
Jogo:
“Hulk é a surpresa no Dragão”
As primeiras reacções foram (e penso que posso falar por 90%
dos portistas) de espanto. Espanto por afinal não ser nenhum “grande nome” do
futebol europeu; espanto por Hulk ser um nome completamente desconhecido; e
espanto também pelos números e pelo talento do brasileiro: 37 golos em 42
jogos, como O Jogo indicara, e uma explosão, velocidade e potência de remate
verdadeiramente excepcionais, como se podia ver em vários vídeos que mostravam
os golos e melhores momentos do brasileiro no Japão.
De qualquer forma, Hulk causava desconfiança. Vinha com a
árdua tarefa de substituir Ricardo Quaresma, e os bons números e atributos que
mostrava no Japão poderiam desaparecer numa liga mais competitiva, rápida e
exigente como a Portuguesa.
Hulk estreia-se pelo FCP no Torneio Cidade de Braga, frente
ao Cagliari. Joga os 90 minutos e marca o 4º golo dos azuis e brancos, depois
de desfeitear o guarda-redes num lance cheio de classe.
Na 1ª Jornada do Campeonato, Hulk volta a jogar (entra aos
68’) e marca mais uma vez. 2 empates depois, a história repete-se: Hulk entra,
marca e o FC Porto vence.
Já todos os adeptos pediam a titularidade de Hulk, que só
pegaria de estaca em Dezembro de 2008.
Depois desse jogo, frente à Académica, Hulk ganhou o
estatuto de titular indiscutível, e até de estrela da equipa. Perdeu apenas a titularidade
quando castigado ou lesionado, ou em jogos de baixa dificuldade, quando o
treinador achava por bem rodar a equipa.
4 anos, 167 jogos oficiais, 78 golos, uma dezena de títulos
e 60 milhões de euros depois, Hulk abandona o FC Porto.
Mas nunca abandonará o coração dos portistas. Todos se
lembram, e sempre se lembrarão, dos fantásticos golos de Hulk; dos “radares” da
Sport TV a indicarem velocidades superiores a 100 km/h em alguns dos seus
remates; das suas arrancadas desde o meio-campo; das jogadas individuais a
fazer a diferença nos jogos mais complicados; da “bomba” na Luz e da dança em
frente ao túnel; da enorme exibição no “FC Porto 5, Visitante 0”…
Nunca ninguém se esquecerá do pavor que Hulk criava aos
adversários; nunca ninguém se esquecerá da forma como tentaram travar Hulk e o
FC Porto em 2009/10; nunca ninguém se esquecerá da forma como Hulk sempre
reagiu às adversidades: com os punhos cerrados e os antebraços alinhados
horizontalmente, mostrando ao mundo os nomes dos filhos, isto já depois de ter
colocado a bola no fundo da baliza adversária.
Hulk já exprimiu o seu desejo em regressar ao Dragão, dentro
de “3 ou 4 anos”. “Seria como voltar a casa”, disse o brasileiro.
Nós cá estaremos, à espera do filho pródigo…
Mas, aconteça ou não esse regresso, Givanildo Vieira de Souza figurará para
sempre no “Corredor da Fama” do Dragão, e estará sempre presente no coração e
na memória de todos os portistas.
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